Wednesday, January 11, 2006

PT Saudações

Está no ar a campanha presidencial de 2006. Quem as parcas escolherão desta vez? Será reeleito o atual presidente da república ou um novo nome chegará ao Planalto? De qualquer forma, o PT, que em 2005 teve seu ano de vidraça, deve apostar todas as cartas em mais um mandato para o companheiro torneiro mecânico. O partido, experiente no papel da pedra estilhaçante, sai da defensiva e parte em busca da reeleição, expediente possível graças aos esforços do governo anterior. Volta o PT acusador, indignado, defensor de milhões de eleitores contra o exclusivismo das elites. É agora um partido tarimbado. Sofreu durante o ano passado as queimaduras provocadas pelo fogo amigo, disparado primeiro, por ninguém menos que um aliado a quem o presidente, dias antes, afirmara que daria um cheque em branco. Viu-se privado de seu maior articulador político, o ministro chefe da casa civil, posteriormente cassado pela Câmara dos Deputados, que reconheçamos a simetria: cassou também seu acusador. Foi alvo de denúncias de gastos extratosféricos nas campanhas, da titularidade de caixas numeradas e de uma intimidade comprometedora com publicitários. O partido, pela primeira vez no executivo federal, foi acusado de comprar votos à vista e a prazo, levando a sociedade ao questionamento da pertinência ética de uma e outra modalidade de aquisição. Mas tudo isso foi no ano passado, agora o que conta é buscar no eleitorado sensível o número de votos que, como assinatura em um instrumento de mandato, garanta mais quatro anos de gestão nos parâmetros atuais. Simpatizantes do partido lançam balões de ensaio para definir o grau de contundência que convém aplicar. Um exemplo fantástico de sondagem de penetração e de repercussão é um texto, circulante na Internet - intitulado PeçonhaVVirtual - ostensivamente injurioso e elaborado para desqualificar e desconstruir aqueles que se posicionaram, por convicção ou por oportunismo, em perspectiva de crítica ao atual governo. Ousado, sua virulência arrisca o resultado que se supõem pretendido: a defesa do governo e do PT. É uma demonstração de como, valendo-se de um conjunto de verdades e de meias-verdades, alinhavadas por juízos de valor, se consegue chegar, de forma deliberada e marqueteira, a uma conclusão cândida e otimista: temos, a despeito das elites, o melhor governo possível. Em outubro poderemos reelegê-lo, ou não. E a verdade? O eleitor decidirá, como sempre, em função da realidade que percebe pelos sentidos e pela imagem de mundo recebida dos meios de comunicação. Imagem esta que é entregue após a filtragem em função do interesse dos meios. Parece ser importante, antes de mais nada,um bom entendimento da arte e nas manhas de "filtragem".

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