Friday, May 30, 2008

Indiana Jones IV
















Se você tem mais de 12 anos provavelmente vai achar meio cansativa esta tentativa de ressuscitar o herói que já tinha feito sua última cruzada. Harrison Ford até que cumpre a parte que lhe cabe, mas as mãos de Lucas/Spielberg mostram o sinais do tempo e do enfado. Exageros à parte, pode-se dizer que Indiana 1 era um filme inspirado. O dois ainda mantinha o ritmo e o enfoque dos seriados da década de 30. O terceiro, e por muitos anos o último, já mostrava o esgotamento da fórmula e vacinava os fãs contra a eventual saudade que o personagem poderia deixar.

Dispensável essa versão 4, que só vale a pena pela vilã Cate Blanchett. O filme encadeia uma série de perseguições, que a partir de um certo ponto tornam-se tediosas. Piadinhas, esperadas e dispensáveis, pontuam o roteiro. Uma sucessão de eventos implausíveis leva ao extremo a disposição de fazer concessões ao absurdo. O filme deixa clara a intenção de obter os derradeiros trocados com uma fórmula que ainda poderia ser bem usada se existisse um roteiro mais elaborado ao qual ela fosse aplicada.
Um produto para consumo, descartável como o saco de pipocas.

Friday, May 23, 2008

A Democracia Americana

Jefferson Péres

Como toda grande potência – no caso, superpotência – os Estados Unidos provocam, em todo o mundo, sentimentos díspares, antagônicos, às vezes misturados, de inveja, ódio, medo e admiração.

De minha parte, sinto um misto de inveja e admiração sobretudo por um aspecto particular da sociedade americana: a solidez e funcionalidade das suas principais instituições.

A começar pela mais importante, a Constituição Federal, com mais de duzentos anos e basicamente a mesma desde a sua promulgação. Pode ser chamada realmente, sem retórica, de Carta Magna.

Não menos respeitável o seu Poder Judiciário, que, de modo geral, salvo exceções, funciona com independência e rigor. Especialmente na esfera penal, que não respeita fortuna, status nem fama. Criminosos de qualquer nível social, sejam milionários ou celebridades, vão a julgamento e, condenados, vão para a cadeia. Ah, que inveja!

Da mesma forma, o sistema político-partidário impressiona pela sua durabilidade, equilíbrio e representatividade. Com dois partidos principais, centenários, dotados de identidade própria e ambos com forte apoio social, escapam do perigo das ditaduras de cúpula e do esclerosamento, graças ao saudável mecanismo das eleições primárias.

Isto se percebe na disputa deste ano, particularmente no Partido Democrata, com a ascensão de Barack Obama, a colocar em cheque a escolha de Hillary Clinton, preferida da direção do partido. Seu desempenho nas primárias destrói a crença de que a conquista da Presidência da República estaria reservada aos membros da elite branca e endinheirada.

Vitoriosa ou não, a candidatura de Obama terá prestado um grande serviço ao seu país, interna e externamente, ao derrubar as barreiras de raça e de classe, demonstrando o vigor da democracia americana.

Barack Obama está inaugurando a Era pós-Bush. Ótimo, para os Estados Unidos e para o mundo.



Tuesday, May 20, 2008

Saturday, May 03, 2008