Sunday, April 16, 2006

Pouso de Barriga



Única remanescente das companhias aéreas dos anos 60, a Varig ameaça parar de vez. A derradeira possibilidade de manutenção do nome e de parte do staff da empresa aparece esboçada na proposta de aquisição pela sua ex-subsidiária Varig Log - virtualmente controlada pelo grupo americano Matlin Patterson - pelo valor de US$400 milhões. A proposta caracteriza-se por ser uma oferta pela chamada parte boa da companhia, aí incluídas as rotas internacionais e a manutenção de parte do quadro funcional. A dívida bilionária da companhia seria contabilizada como pertencente a outra empresa, ligada à nova por uma participação de 5% no capital. A oferta da Varig Log já recebeu sinal verde do Conselho de Administração da Varig, mas dificilmente encontrará receptividade junto aos credores, visto transformar a possibilidade de recebimento de seus créditos, que hoje é pequena, em virtualmente nula.

Apesar de apresentar-se, no momento, como a única possibilidade para a continuidade da empresa, a proposta da Varig Log parece mais oportunista do que oportuna. Aproveita-se das pressões sociais, provocadas pela insustentabilidade da Varig, para tentar entrar no mercado a partir de uma posição privilegiada; isenta de qualquer responsabilidade pelo passivo escandaloso que hoje inviabiliza a companhia. Ao propor a redução de quadro, desestabiliza a mobilização e a união dos funcionários, que passam a ver em cada colega um concorrente ao emprego que todos buscam manter. Bem mais que o valor proposto pela eventual neo-controlada do grupo Matlin Patterson, é o valor que Varig tem a receber do govêrno federal, estimado em mais de R$4 bilhões, referentes a perdas pelo congelamento de tarifas durante a década de 80, já existindo julgamento favorável a empresa há mais de um ano.

Enquanto a Varig estiver patrimonialmente descoberta ela pertence aos credores, entre os quais figuram, por obrigações previdenciárias não cumpridas, seus funcionários, sendo discutível a conveniência de sua alienação a grupos caçadores de arcas perdidas.

O governo brasileiro não pode simplesmente dizer que não tem nada a ver com o assunto. Além das implicações sociais decorrentes da falência de uma empresa desse porte , o estado não pode se furtar à responsabilidade por planos econômicos mirabolantes e suas consequências. Paradoxalmente, este mesmo estado, a quem cabe zelar pelos interesses da sociedade, é também credor da empresa, pelas dívidas acumuladas com a Infraero.

Se atribuirmos responsabilidade pela insolvência da companhia ao estilo de gestão que a norteou nos últimos anos, que a solução venha pela intervenção na condução da empresa, que está taxiando para o mesmo relento que abriga as aeronaves da Vasp e da Transbrasil.

Friday, April 07, 2006

Thursday, April 06, 2006

Fluxograma




















Em tempos de acusações generalizadas, indicativas da proximidade de eleições, o fluxograma acima pode ser útil na compreensão do processo que envolve o funcionamento da...
bagaça.