Thursday, August 02, 2007

Caminhante Report

Das longínquas terras do nordeste brasileiro, o caminhante me manda uma foto acompanhada da estória, insólita, do que foi uma tentativa empresarial naquelas paragens.

Segundo o Caminhante, a instituição em questão começou como um restaurante natural, no que pretendia ter seu diferencial.

Administrado por um cabeludo pós-natureba e por um casal que, positivamente, estava mais focado em outras coisas, o restaurante, ainda no seu primeiro endereço, chegara, subitamente, a encerrar suas atividades. Após alguns meses em estado letárgico, a casa reabriu sob nova direção que, segundo o relato que recebi, conseguiu a façanha de levantar, qual Lázaro, um empreendimento que se podia considerar acabado.

O tal cabeludo há muito já havia debandado e o casal remanescente optou por transferir o restaurante, agora num surto de sucesso, para o quintal da sua própria casa. Jogada esperta onde se livrariam do aluguel. O fato da residência ficar numa rua de pouco movimento não os impressionava.

O próximo passo foi despistar aquela que, à custa de muita chicotada nas costas dos empregados havia levantado o restaurante. Afinal o casal não estava a fim de dividir lucros.

Alguns pratos mais complicados, que a gerente anterior havia criado, foram despachados para o limbo. Simplificação em primeiro lugar. Talvez contrariado, pela saída da gerente que havia soerguido a casa, o público começou a minguar, mais e mais. Numa manobra paradoxal, o estabelecimento iniciou a contratação de novos funcionários. Novos tempos haviam chegado. Os empregados, agora livres do controle quase policial da administradora anterior, esbajavam presença nos almoços, servidos seis dias por semana, pois uma das primeiras decisões, após o afastamento da gerente anterior, foi deixar de atender aos domingos. Não chegaram a fazer uma faixa dizendo: Fechado para o descanso semanal, mas se você quisesse almoçar num domingo, era melhor procurar outro lugar.

Finalmente, talvez começando a sentir o aperto no caixa, os proprietários tomaram uma decisão, ao ver deles, excelente para os negócios e para a rentabilidade: aumentaram o preço até a proximidade do valor cobrado por um restaurante muito bem-sucedido que ficava a duas quadras. Se o freguês paga lá, vai pagar aqui também. Cobrando mais, vai dar mais lucro! Apesar da lógica irretocável, o público não entendeu o espírito da coisa!

Bem, agora o empreendimento se resume à faixa acima, colocada sobre a tabuleta que indicava o nome daquele que um dia foi chamado de único restaurante natural da cidade.

RIP.

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