![](http://photos1.blogger.com/blogger/3817/1959/320/aristoteles.0.jpg)
Não. Estou falando da Poligamia, instituição bem mais antiga e bem mais popular ao gosto e vezo nacional. Multiplicadora da espécie e distribuidora de renda, a Poligamia ri-se, não da honra - conforme lamentava Rui - mas da triunfante legislação anti-nepotismo que pretende impedir que parentes de juízes ocupem cargos de confiança nos tribunais. Se há mais de quarenta anos dizia-se que cunhado não é parente, hoje quem ousará apontar o dedo indicando supostos relacionamentos extraconjugais a frequentar a folha de pagamento de um dos poderes?
A pretensão do legislador chega ao surrealismo de querer impedir o nepotismo cruzado, onde uma autoridade contrata o parente da outra, eliminando o vínculo parental entre beneficiador e beneficiado.
Como dizia Aristóteles: A afirmação de uma coisa não é a negação de outra.
Na guerra santa contra o nepotismo, acabamos por nos tornar preconceituosos.
Nem toda amante de juiz é burra, nem todo sobrinho de desembargador é incompetente e nem todo aparentado com uma autoridade é um incapaz. Impedir, pura e simplesmente o acesso dessas pessoas ao serviço público é injusto para não dizer demagógico, considerando-se o fato de estarmos em ano eleitoral.
Porque não voltarmos à velha solução de contratação exclusivamente via concurso público? Aberto a todos e garantidor da qualificação para o exercício da função, um concurso, conduzido por instituições externas e isentas, é a melhor forma de recrutamento para entidades onde inexiste o patrão, seja ele polígamo ou não.
No comments:
Post a Comment